O ALUNO O ALUNO São meus todos os versos já cantados: A flor, a rua, as músicas de infância, O líquido momento e os azulados Horizontes perdidos na distância. Intacto me revejo nos mil lados De um só poema. Nas lâminas da estância Circulam as memórias e a substância De palavras, de gestos isolados. São meus também, os líricos sapatos De Rimbaud, e no fundo dos meus atos Canta a doçura triste de Bandeira. Drummond me empresta sempre o seu bigode, Com Neruda, meu pobre verso explode E as borboletas dançam na algibeira. |