O ALUNO
José Paulo Paes
(Poemas reproduzidos
conforme a edição de 1947,
respeitando-se a ortografia original)




O ENGENHEIRO


O homem trabalha
entre a rosa e o trânsito.
Ondas contínuas no seu dorso
de pedra e nuvem.
Martelos.
No papel intacto há linhas
fundamentos de aurora, estrutura
de um mundo pressentido, linhas.

As rosas se dividem
por canteiros iguais
e um pássaro
pousou no arranha-céu.

Quando o engenheiro terminar
o sentimento e a planta,
mãos frescas como folhas
virão sôbre o meu corpo.



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